terça-feira, 13 de setembro de 2011

Montemor-o-Novo entrega terras não cultivadas… a quem as quer cultivar

Montemor-o-Novo entrega terras não cultivadas… a quem as quer cultivar

A Câmara Municipal de Montemor-o-Novo está a lançar o projecto Banco de Terras, que irá entregar terras por cultivar a todos os cidadãos interessados em fazê-lo. “É uma ideia bastante simples e que imita apenas o que se fez durante muito tempo. As pessoas que têm terras e não as querem cultivar cedem-nas a outras que não as têm, mas que querem cultivar”, explicou ao Café Portugal Carlos Pinto de Sá, presidente do município.

O objectivo da iniciativa, que surgiu num concurso local de ideias, é colocar a população a produzir e dar uso a terrenos não cultivados.

“Surgiram 15 ideias, mas esta foi a vencedora porque apela à produção agrícola, que consideramos ser a questão fundamental do país”, revelou Carlos Pinto de Sá.

O projecto, galardoado com cinco mil euros, foi subscrito por Ana Fonseca, mas envolve a Rede de Cidadania, associação de cidadãos daquele concelho em prol do desenvolvimento sustentável, de cujo grupo coordenador a promotora faz parte.

“O papel da Rede de Cidadania é o de facilitador desta ideia, como elo de ligação entre quem tem terra e quem a quer trabalhar, e o de promover cursos de formação e tratar de aspectos burocráticos”, explicou Ana Fonseca.

A iniciativa está já em marcha, tendo sido assinado uma parceria com a autarquia para definir as actividades, a divulgação e as acções de formação do projecto, que vai estar acessível no portal da câmara municipal.

No início, o banco de terras vai nascer em duas freguesias urbanas do concelho – Nossa Senhora da Vila e Nossa Senhora do Bispo –, mas o objectivo é alargá-lo a todo o concelho, quando houver um maior número de interessados.

“Há aqui muitas pessoas que vieram de Lisboa em busca do mundo rural. Têm casa na cidade, gostavam de cultivar qualquer coisa, mas não têm terra e estão interessados e também temos pessoas que querem disponibilizar terreno”, continuou Ana Fonseca.

Os promotores querem pôr em contacto os mais velhos, que embora tenham sempre cultivado já não têm força para produzir, com voluntários interessados em aprender.

O projecto, a desenvolver ao longo de dois anos, arranca agora, com a nova estação agrícola.

“Temos cada vez menos autonomia alimentar, o que é gravíssimo. Queremos mostrar que é possível criar um banco de terras, em que as pessoas podem fazer horta, ter um rebanho ou fazer um pomar. O importante é pôr as pessoas a produzir”, concluiu a responsável.

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